Ronaldo News, Facts and Rumors

Discussion in 'Brazil' started by Marcio, Jul 25, 2002.

  1. soccerfan220

    soccerfan220 New Member

    Jun 24, 2002
    USA
    Ronaldo is 25, he'll be 26 September 12.
     
  2. Sao Taffarel

    Sao Taffarel New Member

    Mar 19, 2002
    Ronaldo to leave Inter

    September 22nd actually!!
     
  3. kanasai100

    kanasai100 New Member

    Aug 9, 2002
    Nowhere
    ANyway he will be transferred to Real Madrid sonner or later... It is only a matter of time and whether he can make a good season this year. I am also confused that there are so many news about him leaving or not. Hust like the news of whether Osama is dead or not.
     
  4. Alex_1

    Alex_1 Member

    Mar 29, 2002
    Zürich
    Club:
    Grasshopper Club Zürich
    Nat'l Team:
    Switzerland
  5. Sao Taffarel

    Sao Taffarel New Member

    Mar 19, 2002
    Ronaldo to leave Inter

    I just want to see the guy play in a league that suites him. He has found it - he should NEVER have left Barcelona.
     
  6. Riotom9

    Riotom9 Member

    Oct 10, 2000
    Texas
    Re: Ronaldo to leave Inter

    Good point. Of course now we have to lament that La Liga is *nowhere* to be found on TV in the USA at the moment. Guess we have to hope for many CL appearances of Mdarid.

    I still hope Ronaldo comes out and says *something* about the move. Certainly that league didn't fit him, but if it's simply a 'I played great in the Cup, I want to move and now may be my last chance', I will be a little disappointed.

    Then again, with the state of Serie A, and with Inter choking all of the time and Moriatti making stupid player picks, I don't blame him all that much. I'm sure Inter can use the cash.
     
  7. BrianCappellieri

    BrianCappellieri Red Card

    Feb 11, 2002
    One tasty match-up would be Inter-Real in the Champions League after Ronaldo dissing the tifosi. ;)
     
  8. Sao Taffarel

    Sao Taffarel New Member

    Mar 19, 2002
    Ronaldo to leave Inter

    "Good point. Of course now we have to lament that La Liga is *nowhere* to be found on TV in the USA at the moment. Guess we have to hope for many CL appearances of Mdarid. "

    I bet you lucky so and sos get Brazilian stuff though!!

    I still hope Ronaldo comes out and says *something* about the move. Certainly that league didn't fit him, but if it's simply a 'I played great in the Cup, I want to move and now may be my last chance', I will be a little disappointed.

    I believe that he should have gave Inter a season or two more (but from a television viewer's point of view......)

    Can't wait to see him play for the royal club
     
  9. according to a japanese article moriatte told some spanish TV station that Ronaldo paid all the loss Inter incured (sponsorship i guess) because of his leaving. the amount was said to be around $5 millions.
     
  10. MIGkiller

    MIGkiller Member+

    Flamengo
    Brazil
    May 9, 2003
    Rio de Janeiro
    Club:
    Flamengo Rio Janeiro
    Nat'l Team:
    Brazil
    Congratulations Ronaldo for 10 years of career.

    For these 10 years of service to the brazilian football and to our country in general...


    ...THANK YOU!



    Domingo, 25 de Maio, 07:36 PM

    Ronaldo completa dez anos de carreira

    Futebol Lancepress! O atacante Ronaldo, do Real Madrid, comemorou neste domingo dez anos como profissional. Ainda com o sabor da vitória no sábado, contra o Valencia (marcou dois gols), o craque lembrou o dia da estréia pelo Cruzeiro, quando tinha 16 anos: – Dez anos se passaram e tanta coisa aconteceu que poderiam ser 20. Ainda tenho um grande futuro pela frente e quero continuar jogando enquanto o futebol me der alegria.

    http://br.sports.yahoo.com/030525/4/c5vp.html
     
  11. ruudboy

    ruudboy New Member

    Jul 6, 2000
    Sunnyvale
    Thanks Ronaldo for showing me that all you need to do is use a little hip and blow past slow white defenders, it works every time!
     
  12. MIGkiller

    MIGkiller Member+

    Flamengo
    Brazil
    May 9, 2003
    Rio de Janeiro
    Club:
    Flamengo Rio Janeiro
    Nat'l Team:
    Brazil
    Ronaldo complains about been subbed too many times in Real Madrid lately. Is he right about it?

    http://sports.yahoo.com/sow/news?slug=reu-ronaldo&prov=reuters&type=lgns

     
  13. bkn0528

    bkn0528 Member

    Aug 2, 2003
    nyc
    ...and Moratti has said that Ronaldo would be welcome back at Inter, now that Cuper's gone.
     
  14. Alex_1

    Alex_1 Member

    Mar 29, 2002
    Zürich
    Club:
    Grasshopper Club Zürich
    Nat'l Team:
    Switzerland
    No big deal. I can imagine the interview. The question may have been "How do you feel this season?" And his answer may have been: "Great. But I wish I could stay on for the full time instead of being subbed." It may be thing where he wants to prove that he is really that healthy again, nothing malicious. And from Real's part it could be that they do not want to take the chance of overplaying him or rushing him further - in addition to their depth.

    If he's right/wrong? It depends. He wants to play and stay on because he is competitive. The way I see it, if he's producing and Raul's producing they should stay in. If he's not producing then yes, he should be substituted. Nobody wants to leave the match if it's tight, but football is such a mental game, you need to use a little strategy and add/remove the players that will get you the result you need. So while Ronaldo wants to stay on for the full 90 minutes, that's a good sign to me - but if he has lost a little of his spark from the opening minutes then it is time to make a switch and he should deal with it.
     
  15. JJ Mindset

    JJ Mindset Member

    Dec 7, 2000
    He scores his 50th goal for the Selecçao Brasileiro vs. Uruguay.
     
  16. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
    [​IMG]

    ESTA EDIÇÃO ESTÁ CHEGANDO A 1.250.000 LARES BRASILEIROS NO FINAL DE SEMANA.
     
  17. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
    REVISTA VEJA - DEZEMBRO DE 2003

    A intimidade de um fenômeno

    Os carrões, a mansão, os amores, os sonhos,
    a fortuna, os brinquedos e a vida familiar de
    Ronaldo, o jogador que um dia foi dado como acabado e que voltou à tona como o melhor
    do mundo. Em Madri, ele desfruta hoje
    os prazeres da vida de solteiro

    [​IMG]

    Se a vida de Ronaldo fosse um filme, seria um épico. Tudo nela é extraordinário, como nas mais clássicas histórias do herói que desce aos infernos antes da guinada que o levará ao Olimpo – e, no meio disso tudo, perde uma Copa do Mundo e ganha, magnificamente, outra. A história: menino pobre supera as barreiras da miséria, explode nos gramados e é convocado para a seleção brasileira aos 17 anos. Constrói trajetória fulgurante, fica milionário e se transforma em ídolo mundial – até que um dia, diante de milhões de espectadores, sofre uma lesão sem precedentes na história do futebol, aquela em que uma massa informe salta da vizinhança de sua rótula e explode para fora, por baixo da pele. A cena causou arrepios em quem a viu. Ronaldo passa dois anos desacreditado, a ponto de especialistas renomados duvidarem até de que voltaria a andar. Volta. Ganha quatro campeonatos dos cinco que disputa e é indicado, pela quinta vez, como o melhor jogador do mundo. "Se houvesse dez pessoas no planeta que há dois anos acreditavam que Ronaldo voltaria a jogar seria muito", afirma o médico da seleção, Luiz Runco. Quem presenciou o estado do jogador depois da operação na França, em abril de 2000, sabe que a hipótese parecia mesmo remota.

    Seu joelho estava do tamanho de uma bola de futebol de salão – riscado ao meio por uma cicatriz de 20 centímetros de comprimento. A dor da cirurgia (a rótula foi perfurada por uma broca para receber os fios que fixaram o tendão rompido) era tanta que, deitado na cama do hospital, Ronaldo tinha de acionar a todo momento uma bomba que injetava morfina em suas veias. O fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé, que cuidou da sua recuperação, lembra de uma madrugada em que, dormindo no corredor do hospital público francês, em frente do quarto do atacante, foi acordado por seus gritos. "Ele chorava igual a uma criança. Gritava: 'Filé, diz para mim que eu vou jogar de novo! Diz, por favor!'." Petrone conta que tentou acalmá-lo. "Falei: 'Tenho certeza absoluta de que você vai'." Hoje, confessa: "Não tinha". Se a descrença de Petrone durou pouco, a do resto do mundo não. Ronaldo saiu da operação com 30 graus de flexão no joelho, quando um jogador saudável tem de ter, no mínimo, 115. Passou os 22 meses seguintes fazendo uma média de seis horas de exercícios por dia. "Sofria só de assistir às sessões", lembra Nélio Nazário, o pai. "O Filé jogava todo o peso do corpo contra a perna do Ronaldo e empurrava. Ele chorava de dor." Em novembro de 2001, enquanto o jogador investia nas sessões de fisioterapia, um site de notícias da internet divulgou um artigo que dava a idéia do tamanho da confiança que a maioria das pessoas tinha na volta do Fenômeno. Começava afirmando: "Ronaldinho acabou". E prosseguia: "Ele é hoje um ex-craque e deveria pelo menos ter a coragem de encarar isso de frente. Só que, morto-vivo como está, insiste. Acredita no improvável, acha que ressuscita".

    Ressuscitou. Hoje, diz que mal se lembra de que tem joelho. Da fase negra, sobraram a cicatriz, ainda visível, e o gosto pelo golfe, que aprendeu a jogar na França. Sua casa em Madri tem até um minicampo onde ele exercita suas tacadas. Fica no condomínio de La Moraleja, refúgio de madrilenhos famosos que vão para lá em busca de privacidade e confortos como uma hípica de pôneis de uso exclusivo dos filhos dos moradores. Entre seus vizinhos, está o primeiro-ministro da Espanha, José María Aznar. A casa custou 1,5 milhão de euros, tem 1 200 metros quadrados e cinco quartos distribuídos por três andares, ligados por elevador. A porta que dá acesso ao último piso é blindada. Ronaldo diz que ela suporta "até tiro de calibre 12", na hipótese altamente improvável de um ataque desse tipo na Espanha. Nesse andar ficam a suíte principal, o escritório do jogador e dois closets. O de Ronaldo é inteiro branco (incluindo o carpete e o bem recheado armário de dez portas, com 25 ternos, na maioria Armani); o de Milene chama atenção pela quantidade de pares de tênis, quase oitenta. A eterna rainha das embaixadinhas, de quem Ronaldo está oficial mas não legalmente separado, continua morando com ele e conserva o hábito de chamá-lo de "gatão". O ex-casal não dividiu CDs nem sequer desfez a conta conjunta no banco. Enquanto a jogadora do Rayo Vallecano não fecha a compra da nova casa em que vai morar, também em La Moraleja, continua tudo como antes: Ronaldo sai, passeia, vez por outra dorme fora e, quando chega em casa, ouve Milene contar as últimas de Ronald. Embora às vezes tenham "recaídas", como conta Milene, Ronaldo parece francamente satisfeito com os ventos da liberdade oficial. Tanto assim que, no fim do jogo do Real Madrid contra o Olympique, no último dia 26 (em que fez um gol de matador que garantiu a vitória do time), teve de ouvir do seu técnico, o português Carlos Queiroz, que seria aconselhável que "descansasse um pouco mais". Conselho difícil de seguir para um jovem ídolo global que está aproveitando a vida como nunca.

    Ronaldo adora carros. Na garagem de La Moraleja, tem cinco: um Hummer, um Lancia, um Audi e dois BMW – um modelo 745 e um X5. O jogador só não tem mais automóveis do que TVs: são onze espalhadas pela casa, incluindo a que fica sobre sua banheira. "Ele agora deu para ver novela", conta Milene. "Sabe tudo de Celebridade." Mas o maior orgulho de Ronaldo é a boate que mandou fazer no térreo. De frente para o jardim, tem bar, telão, pista de dança, mesa de sinuca, fliperama, equipamento de luzes e uma máquina de produzir fumaça. Ronaldo quis montá-la para poder fazer o que gosta sem ser importunado, como costuma ocorrer com personalidades sempre que vão a lugares públicos. No caso do Fenômeno, nem disfarces funcionam. Neste ano, Petrone e o assessor de imprensa do atacante, Rodrigo Paiva, o convenceram a visitar o Louvre. O jogador fez sua estréia no museu francês de capotão, óculos escuros e peruca. Conseguiu percorrer uns poucos corredores antes de ser descoberto na ala das múmias: "Ronaldô, Ronaldô!". "Um grupo de franceses o reconheceu por causa dos dentes separados", conta Paiva. A boate de Ronaldo, que o secretário César Santiago cuida para que esteja sempre abastecida com um estoque de 100 litros de chope, resolveu ao menos parte do problema: se não é a mesma coisa que ferver no Bisou, a casa noturna que o jogador freqüenta em Madri, no mínimo permite que ele arrisque uns passos na pista sem que um fã, animado por doses de uísque, surja para beijá-lo. Os freqüentadores mais assíduos do lugar são os amigos brasileiros, tratados com mimos eventuais. Aloísio Ferreira, o Borracha, com quem Ronaldo diz ter aprendido a jogar futebol nos tempos de Bento Ribeiro, subúrbio carioca onde nasceu, ganhou dele um Astra zero-quilômetro; César foi brindado com uma Kawasaki. "Namorava a moto fazia um tempo. Quando voltei da concessionária, o Ronaldo perguntou: 'Não comprou?' Respondi que iria pensar mais. Ele falou: 'Ô, rapaz, pega lá, estou te dando de presente'. E deu."
    Paradoxalmente, sua fama de generoso é tão verdadeira quanto a de "pidão". Ronaldo adora barganhar, pedir desconto, ganhar um brinde – sair de um negócio com a sensação de que levou vantagem. Na semana retrasada, a mania gerou uma situação engraçada. Um de seus maiores patrocinadores precisava filmá-lo em Madri e queria saber se a gravação poderia ser feita em La Moraleja. O jogador não gostou da idéia. Mandou dizer, por meio de um assessor, que o trabalho faria "muita bagunça" na sua casa e sugeriu que a empresa alugasse outra. O assessor, constrangido, transmitiu a resposta à empresa. Quando ela já se conformava com a situação, Ronaldo ligou novamente: "Tive uma idéia. Por que eles não alugam minha casa?". Os 3.000 euros que o patrocinador, nada satisfeito, concordou em pagar pela locação de La Moraleja farão diferença zero no orçamento do astro. Aos 27 anos de idade e doze de carreira, Ronaldo soube fazer seu pé-de-meia: seu patrimônio hoje supera os 100 milhões de dólares – e deve dobrar até 2008, já que, a cada ano, pingam no cofrinho do jogador 24 milhões de dólares, somando o salário do Real Madrid (6,5 milhões de euros por temporada) e os contratos publicitários. Só os três novos que fechou neste ano lhe renderam perto de 10 milhões de dólares.

    Ronaldo é um fenômeno publicitário não apenas pelo desempenho esportivo mundialmente admirado. Vende de automóveis a refrigerantes porque, primeiro, tem o histórico de um vencedor, e toda marca quer estar associada a um. Segundo, porque cultiva a imagem de bom rapaz, é simpático e "gostável" – qualidades que, projetadas no produto que anuncia, reforçam a relação "afetiva" que as empresas modernas buscam ter com o consumidor. Terceiro, porque não joga tênis de mesa, mas futebol, um esporte que tem 242 milhões de praticantes no mundo e que é, portanto, um dos mais poderosos chamarizes dentro daquilo que o mercado chama de "segmento de massas". Se uma multinacional de refrigerantes quer estender seus domínios para a Guatemala, que maneira mais eficiente teria para apresentar seu logotipo do que colando-o no peito de um ídolo de futebol que transcende fronteiras?
    Ronaldo não é um "produto de marketing". A publicidade explora os atributos que ele tem, não que inventou. Mas é verdade que um exímio trabalho de imagem contribuiu para fechar o pacote, embalado e amarrado por Rodrigo Paiva. Ao longo de quatro anos, o assessor poliu a imagem do atacante com o verniz da "responsabilidade social", atributo hoje indispensável a qualquer celebridade de calibre global. E manteve por dois anos na mídia um jogador que não jogava. Foi de Paiva a idéia de levar um Ronaldo contundido, pressionado pela torcida e pelos patrocinadores, para o desolador cenário de pós-guerra em Kosovo, na antiga Iugoslávia, onde centenas de criancinhas gritavam o seu nome. Foi ele também quem, logo em seguida, costurou sua nomeação para o cargo de embaixador honorário da ONU. E é ele quem até hoje cuida de zelar pela imagem que tanto agrada aos fãs e patrocinadores. Um exemplo: nas fotos do último aniversário do atacante – ao qual Milene, ainda teoricamente casada, não compareceu –, a única companhia feminina que aparece ao seu lado é a mulher de um amigo, Renato, grávida de oito meses. Paiva tratou de eliminar da paisagem qualquer cabeleira feminina pintada de loiro, conhecido ponto fraco do jogador. Ronaldo, confidenciam amigos, não pode ver um rabo-de-saia. Atualmente, três beldades – duas brasileiras e uma espanhola – merecem sua atenção.

    O administrador da seleção, Américo Faria, gosta de dizer que o futebol está cheio de ex-futuros craques – jovens talentos que acabam arruinando a carreira por ceder às muitas tentações que surgem na trajetória dos jogadores em ascensão. Os que têm motivação e disciplina suficientes para ir em frente devem-nas invariavelmente ao mais importante fator extracampo do futebol nacional: a mãe. Sônia Nazário de Lima cumpriu à risca o script. Quando o filho se mudou para Belo Horizonte, contratado pelo Cruzeiro, tinha 16 anos de idade e pavor de dormir sozinho. Sônia, que telefonava todos os dias, percebeu seu medo. "Se não estiver gostando, não precisa ficar", disse. Ronaldo ficou e arrumou uma namorada. A mãe não simpatizou com ela e gostou menos ainda quando o ouviu anunciar, deitado no colo da amada, que ela estava grávida. "Logo desconfiei. Disse: 'Está, é? Então, vamos fazer um exame agora. Mas, se der negativo, você pega suas roupas e vai direto para o aeroporto'", conta. "Dali a pouco, ela já estava colocando as malas no carro." A fase Barcelona trouxe novas preocupações para a mãe de Ronaldo. O atacante tinha então 19 anos, começava a ganhar muito dinheiro, era solteiro e morava em uma das mais boêmias cidades da Europa. Sônia foi passar uma temporada com ele, e não gostou do que viu. Fixou horário para o filho voltar para casa: em véspera de treino, meia-noite, no máximo. Numa ocasião, Ronaldo, acompanhado de três amigos do Rio, apareceu às 2 e meia. É um deles quem conta: "Ela pegou o cabo de vassoura e disse que ele podia ganhar quanto fosse, mas ela nunca iria deixar de ser sua mãe. Falou que, se ele não quisesse ser um jogador profissional, largasse tudo e fosse farrear. Virou-se para nós e mandou todo mundo fazer a mala".

    Embora Ronaldo se diga adaptado à Espanha, amigos contam que tem saudade da Itália – curiosamente, o país onde comprou a maior briga de sua carreira. Os italianos nunca engoliram sua decisão de deixar a Inter de Milão, resultado de desavenças com o treinador, o argentino Héctor Cúper. A ira da torcida diante do "ingrato" que a abandonava depois de curado obrigou o Fenômeno a seguir para o aeroporto escoltado pela polícia. A mais passional torcida da Europa, no entanto, ainda é a sua preferida. Se sabia xingá-lo, também soube venerá-lo como um deus durante os cinco anos em que viveu lá. Na Espanha, é diferente: no coração da torcida do Real Madrid, ele ainda ocupa o segundo escalão. No Dream Team, não é "a" estrela, mas apenas uma delas. Tanto assim que, no ranking de venda de camisetas do time, ocupa um modesto quarto lugar, atrás de Raúl, Zidane e Beckham. Ronaldo pode até levantar a arquibancada no Bernabeu – mas só quando faz gol. Já o atacante Raúl, prata da casa, não precisa mais do que uma corridinha no campo para ganhar a ovação dos merengues. Não por coincidência, o espanhol é o seu maior desafeto no Real Madrid. O brasileiro diz a amigos que considera o queridinho dos madridistas "fominha" e "mascarado".

    Ronaldo dá mesada à família toda, mas gosta de dizer que só a da mãe é vitalícia. "Ele diz para os irmãos irem se virando que um dia ele pára de jogar e a farra acaba", conta ela. A "farra" não deve terminar tão cedo, mas os empresários do atacante já traçam a estratégia da sua aposentadoria: tratam de consolidar a marca R9 e de demover o jogador do sonho de voltar para a Inter. Preferem que ele renove o contrato com o Real Madrid, eventualmente experimente uma passagem por um time inglês e, assim que iniciar a curva descendente de sua carreira, siga para o mais improvável dos países em se tratando de futebol: os Estados Unidos. A idéia é consolidar uma troca vantajosa para os dois lados. Ronaldo, que já então será mais um embaixador do futebol do que propriamente um jogador, levaria para lá sua grife e, sobretudo, seus patrocinadores. O clube que o contratasse, por sua vez, daria a ele a garantia de um tratamento à altura de seu currículo e o manteria em atividade, condição fundamental para a felicidade dos investidores.

    A profusão de títulos do craque já lhe garante um lugar de honra no panteão do esporte, no coração dos brasileiros e no imaginário coletivo. Único jogador da história do futebol a ganhar três vezes o prêmio de melhor do mundo, foi campeão nas Copas de 1994 e 2002, campeão mundial interclubes em 2002 e recordista brasileiro de gols em Copas do Mundo, junto com Pelé, para citar os troféus mais importantes. Mas, se alguém lhe perguntar, dentre todos os prêmios, qual é aquele de que mais se orgulha, ouvirá como resposta: o de Retorno do Ano, concedido em maio pelo Laureus World Sports Awards, chamado de Oscar dos esportes, por sua espetacular recuperação. "Isso me deixou muito feliz. Na cerimônia de entrega, até brinquei. Disse que recebia o troféu com o maior orgulho, mas que nunca iria querer ganhá-lo de novo". Na ocasião, o menino de ouro de Bento Ribeiro definiu também sua relação com a bola, usando palavras tão simples e definitivas quanto as dos protagonistas das grandes sagas: "O futebol é minha paixão, o amor da minha vida. Minha obsessão é marcar gols, e mais, e mais". Dito e feito.
     
  18. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
    REVISTA VEJA - DEZEMBRO DE 2003

    O melhor time do mundo


    A cada vez que um avião do Real Madrid levanta vôo, decolam com ele 570 milhões de dólares. Nas poltronas, dividindo latinhas de refrigerante light, acomoda-se um plantel de supercraques, astros do time que os espanhóis, orgulhosamente, chamam de "intergaláctico". O mais premiado clube do mundo, o mais rico e o mais estrelado – o dream team, ou time dos sonhos, como é conhecido na Europa – já esteve à beira da falência: há três anos, naufragava em uma dívida de 300 milhões de euros. No mês passado, seus dirigentes anunciaram que encerrarão 2003 com 142 milhões de euros em caixa. A razão da mágica? Uma guinada na estratégia de marketing que merece entrar para os manuais do gênero. O clube espanhol passou os últimos anos aquecendo seu departamento comercial e hoje é o símbolo máximo do "futbusiness" – o futebol que faz dinheiro.

    Em 2000, quando o empresário Florentino Pérez assumiu a presidência da equipe, declarou: "O Real Madrid é como uma Disneylândia. A diferença é que não sabemos explorar a marca". Hoje, ninguém duvida que aprenderam. O primeiro gol de Pérez foi conseguir negociar a venda de um terreno do centenário clube por 500 milhões de euros. Dinheirama no bolso, foi às compras. Primeiro, trouxe o português Luis Figo, eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo em 2001. Depois, negociou o francês Zinedine Zidane, duas vezes ganhador do mesmo título. No ano passado, comprou Ronaldo, candidato pela quinta vez ao troféu da federação. A última aquisição foi o inglês David Beckham, que, se nunca mereceu igual honraria, tem talento suficiente para lotar um estádio – ainda que a platéia corra o risco de ser exclusivamente feminina. O ex-meia do Manchester, comprado por 40 milhões de dólares, não precisa sequer pegar na bola na próxima temporada; já deu lucro. Fenômeno de mídia no mundo e semideus na Ásia, David Beckham foi a principal razão do contrato de 40 milhões de euros que o Real Madrid acaba de fechar com uma empresa de Hong Kong que irá distribuir os produtos do clube em dezenove países asiáticos, incluindo o *#*#*#ão, pátria da beckhamania. E, diferentemente do que ocorre nos falidos clubes nacionais, "produto", para o Real Madrid, não significa chaveirinho. O escudo do time está impresso em mais de 800 itens: sapatos de bebê, charutos, cabides, relógios, tapetes para carro, cuecas, desodorantes, perfumes e o que mais um torcedor precise para sobreviver ou sonhe em possuir um dia – como uma moto Real Madrid, série especial produzida pela BMW.
    O modelo de gerenciamento do supertime espanhol é objetivo como um gol de pênalti. "Nosso principal patrimônio é a marca Real Madrid", diz o diretor de marketing, José Ángel Sánchez. "Os jogos, as transmissões televisivas e os produtos que vendemos servem para alimentá-la." Chocante para os emotivos corações verde-amarelos? "Futebol é negócio", responde Sánchez. E a prova de que a venda de bonés pode ser tão importante quanto uma partida do time é a porcentagem que a bilheteria representa para a receita do clube: apenas 25%. O grosso provém dos direitos de transmissão dos jogos e dos dividendos do marketing.

    Se futebol é espetáculo, o dream team quer ter o melhor elenco. Para o ano que vem, Florentino Pérez promete mais um intergaláctico. O inglês Michael Owen, do Liverpool, e o francês Thierry Henry, do Arsenal, são os mais cotados. A Disneylândia que se cuide.
     
  19. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
    REVISTA VEJA - DEZEMBRO DE 2003

    Entrevista: Ronaldinho

    Ronaldo, o maior nome do futebol da atualidade, sempre foi tratado como um astro. Cada passo seu, cada declaração, cada festa a que é convidado, cada problema de saúde ou de ordem emocional vira notícia. Além de comemorar suas jogadas geniais em campo, os torcedores também querem saber com quem anda, o que faz e como se comporta na vida privada. A seguir entrevista exclusiva concedida pelo craque à repórter de VEJA Thaís Oyama, em Madri.

    VEJA - Durante o tempo em que você esteve machucado, muita gente duvidou que voltaria a jogar. Isso o incomodou?
    Ronaldo - Incomodar, incomodou. Mas era uma lesão que não tinha nenhum histórico, nenhum protocolo de recuperação a seguir, era tudo muito complicado. Tem coisas que as pessoas falam que eu não entendo por quê. Falam para machucar só uma pessoa, que é você.

    VEJA - Por exemplo?
    Ronaldo - Por exemplo, teve esse Noronha (Sérgio Noronha) que disse que eu era um ex-jogador. Até médicos famosos falaram muita besteira. Teve um, aquele Moisés Cohen, que disse que a minha recuperação era impossível e que, com muita sorte, eu voltaria a andar normalmente.

    VEJA - O que você sentia quando ouvia comentários assim?
    Ronaldo - Só me dava mais força. Não que eu treinasse para provar às pessoas que elas estavam erradas. Treinava por mim. Em uma pequena parte também paa mostrar a essas pessoas o que alguém determinado pode fazer quando gosta de alguma coisa.

    VEJA - O tratamento foi doloroso?
    Ronaldo - Tinha umas coisas que doíam muito. Logo depois que eu fui operado, não tinha nenhuma flexão no joelho – dobrava, no máximo, 30 graus. Um jogador, normalmente, tem de ter 115, 120 graus. Eu tinha de fazer exercícios de flexão e isso doía muito. Às vezes, fazia sozinho. Eles me botavam num aparelho que tinha um cabo: uma ponta ficava presa na minha perna e a outra dava a volta numa máquina e voltava para a minha mão. Eu mesmo puxava e aí era mais fácil, porque eu controlava a força. Mas quando era o Filé que dobrava eu chorava de dor.

    VEJA - O Filé também foi muito criticado na época.
    Ronaldo - É, muita gente falava: "Ah, o Filé, é amigo do Ronaldo, não vai dar certo". Pensavam: vai ter uma hora em que o Ronaldo vai pedir para ele parar e ele vai parar, vai ter um dia que o Ronaldo vai pedir para não treinar e ele vai deixar. E nada disso aconteceu.

    VEJA - Mas vocês brigaram muito nesse período.
    Ronaldo - Brigamos porque eu realmente pedia essas coisas. Só que ele não deixava. Só me dava o domingo livre.

    VEJA - Qual a lembrança que você tem do dia em que você machucou o joelho pela segunda vez?
    Ronaldo - Tem uma imagem que ficou na minha cabeça: eu no vestiário, todo mundo em volta e eu chorando para caramba. Não estava nem doendo. Eu chorava era de desespero, de medo do que ia acontecer comigo. Sabia que tinha acontecido alguma coisa muito grave.

    VEJA - O que você pensava?
    Ronaldo - Pensava o que eu tinha feito de errado, por que aquilo estava acontecendo comigo.

    VEJA - Você não tem medo de machucar o joelho de novo?
    Ronaldo - Nem lembro que tenho joelho. Uma coisa legal para caramba que aconteceu no ano passado foi um prêmio da Laureus, que é o da melhor recuperação de um atleta. Só competi com fera, só cara com lesão ferrada. E eu ganhei o prêmio. Na cerimônia de entrega, só tinha celebridade lá, eu até brinquei. Disse que era um prêmio que eu recebia com maior orgulho, mas que nunca ia querer ganhar de novo.

    VEJA - Você volta para a Inter?
    Ronaldo - Possibilidade de voltar tem, sempre tem. Mas, por enquanto, não aconteceu nada. Agora, vou dar uma dica: eu sou louco para aprender inglês.

    VEJA - Mas você tem uma relação forte com a torcida italiana.
    Ronaldo - Foi a torcida com que eu mais me identifiquei. A Inter é um clube que sofreu muito, que há muito tempo não tinha conquistas. Eu cheguei lá e já fiz a Copa da UEFA que foi uma alegria para eles.

    VEJA - Qual a diferença entre a torcida italiana e a espanhola?
    Ronaldo - Aqui, o costume dos espanhóis é mais assim: futebol é um espetáculo para assistir quietinho. Na Itália é mais como no Brasil: torcida organizada, gritando o tempo todo, apoiando. Na Espanha, a média de idade das pessoas que vão para o estádio é bem mais alta. E o Real Madri é um clube acostumado com muitas vitórias, muitos títulos. A geração antiga está acostumada com Di Stefano e esses caras. Então, é como no Brasil: os brasileiros mais velhos, quando falam do Pelé, sempre dizem: "ah, no tempo do Pelé era assim, era assado". No Real Madri é a mesma coisa: com trinta minutos do primeiro tempo, se está zero a zero, já começam a vaiar.

    VEJA - Até que ponto a manifestação da torcida é importante para o desempenho do jogador?
    Ronaldo - Todo mundo na sua profissão quer ter uma boa condição de trabalho. Para o jogador de futebol, não basta estar no Bernabéo, que é um estádio maravilhoso, com campo perfeito. Também é preciso ter uma torcida que apóia. No Bernabéo, poucas vezes um time recebe apoio da torcida se estiver perdendo de um a zero. O jeito de o espanhol estimular o jogador é metendo o pau nele.

    VEJA - E a torcida brasileira? Como se comporta num jogo da Seleção?
    Ronaldo - Também é legal. Mas depende do lugar onde você está jogando. Por exemplo, Rio e São Paulo são muito exigentes. Tem de dar vitória de 4 a zero. Nordeste é mais festa: "Ah, a seleção, orgulho nacional". E no Sul tem aquela coisa de proteger os jogadores deles mesmos. Se tem um jogador do Grêmio, do Inter, a torcida vai apoiar mais aquele jogador.

    VEJA - Que separação é essa que mantém a conta conjunta?
    Ronaldo - A gente se dá super bem, eu e a Milene. E tem a preocupação de educar o Ronald da melhor forma possível.

    VEJA - Gosta dela?
    Ronaldo - A Milene é especial e eu tenho um respeito enorme por ela. Gosto dela, sim, mas, como marido e mulher, não mais. Mas a gente está sempre junto e quer manter essa imagem de pai e mãe para o Ronald. Até o dia em que ele entender e a gente puder explicar tudo para ele direitinho.

    VEJA - Seus pais também se separaram. Você sofreu com a separação?
    Ronaldo - Não, achei até melhor, porque via tanto meu pai brigar com a minha mãe que, quando eles se separaram, ficou até melhor.
     
  20. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
    REVISTA VEJA - DEZEMBRO DE 2003

    ...vive bem, o cara.

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  21. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
  22. neovox

    neovox Member

    Aug 21, 2003
    Sul do Brasil
    REVISTA VEJA - DEZEMBRO DE 2003

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  23. Mario

    Mario New Member

    Mar 11, 2000
    San Salvador, El Sal
    I hope he licks Puyol's cleats today
     
  24. MIGkiller

    MIGkiller Member+

    Flamengo
    Brazil
    May 9, 2003
    Rio de Janeiro
    Club:
    Flamengo Rio Janeiro
    Nat'l Team:
    Brazil
    Ronaldo: back at Inter?

    Ronaldo would be willing to go back to Internazionale, according to Adriano:

    http://oglobo.globo.com/online/plantao/133729415.asp

     
  25. Mario

    Mario New Member

    Mar 11, 2000
    San Salvador, El Sal

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