Boavisat won 2-1 Clayton scored the 1-0 goal of the match, but Boavista won with two goals of Zé Manuel in pks baovista + 2 penalties Penafiel 2 sent offs, smells like corruption
Foi quebrada a "maldição do Bessa": o Boavista venceu o Penafiel no seu estádio num jogo pouco bonito, mas muito disputado e com emoção até ao fim. Os axadrezados tanto pressionaram que acabaram por conseguir a vitória, mesmo que para isso precisassem de duas grandes penalidades. O Penafiel não foi uma equipa tão recuada como a sua táctica fazia crer, mas pagou caro os erros e a falta de tranquilidade da sua defesa. Jaime Pacheco fez alterações em relação ao jogo no Restelo: recuperou o 4-2-4 dos jogos em casa, apostando em Cafú para o lugar de ponta-de-lança, apoiado por Martelinho à direita, Zé Manuel à esquerda e João Pinto no centro. Luís Castro trouxe ao Bessa uma muralha defensiva: três centrais - Nuno Silva, Odair e Welington - com dois trincos a tapar o caminho mais à frente - Sidney e Nilton, - e Rolf no centro do campo no apoio aos dois avançados móveis Clayton e Folha. Sem um ponta-de-lança à vista, o contra-ataque era a arma; não havia que enganar. O jogo começou com alguma violência. O Boavista, que até aqui tinha vindo a jogar um futebol mais bonitinho, com menos faltas, hoje não poupou esforços e deixou os paninhos quentes em casa. O Penafiel não se fez rogado e retribuiu com entradas duríssimas. Assim se desenrolou o primeiro tempo e entre um pé em riste e uma entrada com os dois pés, lá ia havendo uma oportunidadezinha para cada lado: Sidney primeiro num centro-remate para defesa apertada de Khadim e na outra baliza, Martelinho a arrancar uma falta e um cartão amarelo a Nuno Santos. Pacheco não gostava do que via e, talvez precipitando-se um pouco, tirou Frechaut para a entrada de Guga, passando Martelinho para lateral-direito. E foi precisamente aqui que os axadrezados começaram a perder. O número elevado de jogadores no ataque resultava em descuidos da defesa, aproveitados pelo contra-ataque dos penafidelenses. E depois de uma sequência de cantos na baliza do Penafiel, Clayton aproveita a superioridade numérica para colocar a sua equipa em vantagem, com um belíssimo remate em arco. O Boavista tentava reponder mas sem conseguir iniciar uma jogada digna desse nome. E à excepção de um remate de Tiago ao lado não há muito mais a dizer da primeira parte. A segunda parte começou como acabou a primeira. O Boavista, com tanto de vontade como de ansiedade, atacava mas sem qualquer nexo. O Penafiel tentava o contra-ataque e Luís Castro apostou na entrada de Edgar Marcelino que trouxe realmente outra frescura ao jogo. O jovem ex-Maia podia até ter marcado o segundo golo num belo trabalho sobre Cadú mas o remate saiu por cima. Já sem laterais e com mais um avançado, Flores, o Boavista encostava o Penafiel à sua área, na procura dos golos que têm escasseado no Bessa. E que acabariam por chegar em duas grandes penalidades cometidas por Nuno Silva sobre João Pinto, que o esforçado Zé Manuel cobrou com classe. Apanhado de surpresa, o Penafiel viu ainda Odair ser expulso por protestos. Já não havia mais a fazer. Com um plantel desta qualidade torna-se confrangedor ver a equipa de Pacheco limitar-se ao bombardeamento desesperado da área adversária . Ainda assim, o Boavista lá venceu e pode encarar com mais conforto os jogos em Alvalade e no Dragão, onde espera já contar com o apoio do senegalês Fary que tanta falta tem feito à equipa. O Penafiel não foi tão defensivo como a sua táctica e as estatísticas faziam crer. O contra-ataque funcionou bem e mesmo depois do golo não deixou de ser explorado. Mas a falta de "cabeça fria" e os erros defensivos acabaram por ditar mais uma derrota da equipa de Luís Castro. É inevitável que se fale da arbitragem, num jogo decidido por duas grandes penalidades. Se na primeira João Pinto parece ser, de facto, agarrado por Nuno Silva, na segunda, protagonizada pelos mesmos jogadores, as dúvidas já são maiores. Uma palavrinha também para o perdão de João Vilas-Boas a Nuno Santos, que deveria ter sido expulso por derrube a Martelinho. FICHA DO JOGO: BOAVISTA: Khadim, Frechaut (26', Guga), Cadu, Éder, Carlos Fernandes (58', Flores), Tiago, André Barreto, Martelinho, João Pinto, Cafú (95, Jorge Silva) e Zé Manuel. PENAFIEL: Nuno Santos, Pedro Moreira, Odair, Nuno Silva, Welington, Mariano, Sidney, Nilton, Rolf, Clayton (60', Edgar Marcelino) e Folha (51', Wesley). Árbitro: João Vilas Boas (Braga) Cartões Amarelos: João Pinto, André Barreto e Guga para o Boavista; Nuno Santos, Wellington, Nuno Silva, Odair, Sidney e Edgar Marcelino para o Penafiel. Cartões Vermelhos: Nuno Silva e Odair para o Penafiel. Golos: Clayton (32´); Zé Manuel (77´e 90´ ambos de grande penalidade) Melhor em campo: Zé Manuel (Boavista)
Zé Manel - Foi dos mais inconformados na frente de ataque boavisteira. Na direita, na esquerda, a centrar, a desmarcar, tudo fez na busca do golo. Que conseguiu em dois penalties superiormente executados. É já um dos melhores marcadores do campeonato com 5 golos. Khadim - Espectador durante grande parte do desafio, ficou na retina uma bela defesa a remate de Sidney. O belíssimo remate de Clayton era indefensável. Frechaut - O primeiro sacrificado pela táctica "tudo ao molho e fé em Deus" de Pacheco Éder - Calmo e experiente, não deixou passar uma bola. Cadú - Pode-se dizer que é um central com vocação atacante, tantas as vezes em que é avistado no meio-campo adversário. Alguma ingenuidade na maneira como foi ultrapassado por Edgar Marcelino na melhor ocasião do Penafiel na segunda parte. Carlos Fernandes - Muito mal a defender. Tal como Martelinho foi frequentemente surpreendido pelos contra-ataque do Penafiel. Tiago - Dois bons remates e muita "fruta" distribuída e recolhida a meio-campo. André Barreto - Importante a defender quando metade da equipa habitava a área de Nuno Santos. João Pinto - Sem posição fixa, trabalhou muito a distribuir jogo e a desmarcar companheiros. Acabou por estar ligado à vitória por ter sofrido os penalties que José Manuel converteu em golo. Martelinho - A certa altura recuou para lateral-direito mas continuou a jogar como extremo. Clayton agradeceu e fez o golo do Penafiel. Cafú - Muito trabalho e persistência na frente a esgotar a paciência aos centrais penafidelenses. Guga - - Quase nem se deu por ele. Era apenas um de muitos avançados boavisteiros. Flores - Um remate acrobático e pouco mais. Jorge Silva - Uns segundinhos em campo para queimar tempo